De professores para professores: compartilhando vivências, saberes e aprendizagem em educação matemática

Capa:De professores para professores: compartilhando vivências, saberes e aprendizagem em educação matemática

Autor(es): ORGANIZADORES: Rosana Prado Biani; Conceição Aparecida Cruz Longo; Sergio Lorenzato. AUTORES: Adilson Pedro Roveran; Adriana Franco de Camargo; André Luis Novaes; Apolo Rubens de Camargo; Bruno Damien da Costa Paes Jürgensen; Carla Beatriz Inácio Oliveira; Cintia Marques Pinho Forte; Conceição Aparecida Cruz Longo; Cristiane Mininel da Silva; Domenico Gallicchio Neto; Eliane Lepesteur; Gisele Silva da Costa Cardozo; José Galhardo Leite de Moraes; Keli Cristina Conti; Leticia Harumi Moraes Yamashita Kawahama; Luís Eduardo Corrêa; Márcia Cristina Tognete Rocha; Michele Rocha Gerage; Natália Cristina Geraldo; Paulo César da Penha; Ricardo Benedito de Oliveira; Rodrigo Donizete Serra; Rosana Prado Biani; Solange Loureiro Pozzuto; Tania Regina Zieglitz Santos.


Resumo: APRESENTAÇÃO. Tenho a honra de apresentar este livro, mais uma produção do Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação Matemática nos/dos Anos Iniciais – Gepemai, que desde julho de 2020 passou a ser Grupo de Pesquisa Psicologia da Educação Matemática e Formação de Professores – Psiem-Gepemai –, um grupo colaborativo de professores que se preocupam com o ensino de Matemática nas escolas, desenvolvendo atividades lúdicas e investigativas, de maneira a proporcionar momentos de prazer aos alunos enquanto aprendem. Em 2019, o Gepemai completou dez anos. Para comemorar esta data, o grupo decidiu produzir um e-book constituído de textos que descrevessem atividades desenvolvidas em sala de aula, com os alunos, ou em cursos de formação de professores. Para isso foram convidados a enviar trabalhos os membros que participam atualmente do grupo, os ex-membros e os professores que participaram das Oficinas de Formação durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, em 2017, e desenvolveram projetos em suas salas de aula com seus alunos. Os trabalhos relatam experiências, sequências de ensino; descrevem atividades; apresentam materiais manipulativos, jogos etc., com o objetivo de dar subsídio aos professores em sua prática em sala de aula. Todos os trabalhos enviados foram aceitos e incluídos no livro. Estou feliz por este grupo vir se reunindo há dez anos para estudar e trocar experiências e por eu ter participado de sua fundação no ano de 2009. Ele contribuiu muito para que eu me tornasse a professora que sou hoje. É muito importante que os professores participem de grupos de estudos colaborativos, como o Gepemai, para ter um espaço em que possam trocar experiências, realizar estudos teóricos e refletir sobre sua prática. O grupo proporciona momentos de investigação, discussão e socialização de ideias que enriquecem o desenvolvimento e o trabalho do professor. Mais do que nunca é necessário repensar o trabalho em sala de aula, de forma a envolver e despertar o interesse dos alunos, estimular sua curiosidade e criatividade, dar espaço para que assumam o protagonismo de sua aprendizagem por meio de uma postura investigativa. E este livro vem ao encontro dos anseios e das indagações atuais, ao compilar vários textos que tanto demonstram a preocupação dos professores em trabalhar temas atuais e essenciais, de enorme relevância social, como, por exemplo, a inclusão, ou ainda relacionados à cidadania e ao consumo consciente, quanto revelam o desejo de apresentar aos alunos uma matemática próxima de seu cotidiano, lúdica, por meio de atividades que recorrem à história da matemática, ao trabalho interdisciplinar, aos materiais manipuláveis, dentre eles as dobraduras, ao uso de jogos. Fruto de muitas pesquisas e do uso da tecnologia, os textos englobam desde os Anos Iniciais até o Ensino Superior. No capítulo inicial, Keli, em seu texto, um ensaio, fala sobre a importância de os professores se reunirem para estudar, compartilhar saberes, aprendizagens e refletir sobre sua própria prática. Destaca o papel do professor como protagonista de sua formação e também como produtor de conhecimento. O texto seguinte, um relato de experiência, nos recorda a regra da falsa posição que explora a resolução de uma equação de primeiro grau com uma incógnita, utilizando o princípio fundamental das proporções. Adilson, apoiando-se na obra O homem que calculava, de Malba Tahan, adaptou a linguagem para apresentar o assunto aos alunos do 9.o ano do Ensino Fundamental. Apolo relata, no terceiro texto, uma experiência por ele desenvolvida para introduzir, de maneira prazerosa e lúdica, o uso do transferidor, usando o transferidor de acrílico e um aplicativo de celular projetado para, por meio de dobraduras, construir aviões de papel. No quarto texto, o professor Bruno defende a utilização de jogos virtuais, tendo em vista a motivação dos alunos para a aprendizagem. Em seu relato ele discorre sobre a experiência de elaboração e aplicação de um jogo para o ensino de cálculo algébrico no 8.o ano do Ensino Fundamental. No capítulo intitulado “Descobrindo o cubo”, Cintia, argumentando que a construção de materiais manipulativos contribui para uma melhor compreensão do abstrato, relata um trabalho sobre a construção de um brinquedo chamado Cubo Infinito e aponta como, por meio dele, é possível descrever atividades para identificar elementos que constituem os poliedros. Em seguida, o texto de Conceição expõe uma proposta de atividade que discute a finalidade dos dois últimos dígitos do CPF. Um exemplo de atividade contextualizada e com relevância social, que envolve cálculos com as quatro operações básicas. O sétimo texto do livro, escrito por Cristiane, trata da utilização, com alunos do 2.o ano do Ensino Fundamental, das fichas sobrepostas, com o intuito de, valendo-se de jogos manipulativos e jogos digitais, desenvolver a relação entre a escrita de um número no sistema de numeração decimal e sua decomposição. No capítulo seguinte, André e Domenico compartilham no texto sua experiência com a utilização do Tangram para o ensino de Matemática. Através de atividades significativas, buscaram propiciar o desenvolvimento do raciocínio lógico e geométrico e estimularam a criatividade, utilizando o material didático e lúdico, e valorizando, assim, a participação dos alunos. Em “Brincando com a matemática”, Eliane narra seu trabalho de tornar essa disciplina mais divertida. Com ênfase no raciocínio lógico, durante a realização de oficinas para a elaboração de jogos, ela procurou estimular seus alunos a criarem atividades que eles próprios iriam utilizar. O texto de Gisele traz uma proposta de trabalho com o sistema de numeração decimal, direcionada aos alunos do 3.o ano do Ensino Fundamental e ancorada em duas vertentes: uma se refere à importância de abordar a história da matemática durante as aulas; e a outra relaciona-se à construção de materiais didáticos para o laboratório de Ensino de Matemática, de forma a mobilizar nos alunos a curiosidade e a postura investigativa. José Galhardo, em seu texto, descreve uma proposta que pode ser desenvolvida no Ensino Fundamental, Médio ou Superior, na qual ele utilizou dobraduras para a construção e a visualização da Parábola. O trabalho se iniciou a partir da pergunta aos seus alunos sobre qual seria a melhor curva para a construção de um half de skate. Nos dois próximos textos, Letícia e Michele demonstram sua preocupação em elaborar atividades para alunos surdos. No primeiro, elas relatam a experiência de confeccionar um recurso tátil-visual de papelão para apresentar-lhes a tabuada, a fim de que eles compreendessem o conceito de multiplicação e trabalhassem de forma motivadora e significativa. No segundo texto, as autoras contam a experiência de recorrer ao material Cuisinaire para ensinar o MMC e o MDC, destacando o material manipulável como um recurso que auxilia na construção do conhecimento. O décimo quarto texto é de Luís Eduardo. Ele escreve sobre sua experiência, voltada para o 9.o ano do Ensino Fundamental, de elaborar uma atividade, partindo do princípio do ladrilhamento, para desenvolver o conceito de área. Suas ações são direcionadas para a construção de materiais manipuláveis. Neste texto é possível observar como o professor vai refletindo e se aperfeiçoando ao longo do processo. Marcia descreve em seu texto a elaboração e o desenvolvimento de atividades com o jogo Sudoku, de figuras geométricas, no trabalho com Geometria em classes de 2.o e 3.o anos, com o objetivo de que as crianças desenvolvam o raciocínio lógico e o reconhecimento das formas geométricas. No texto seguinte, Natália e Marcia divulgam um projeto realizado com alunos do 2.o e 4.o anos do Ensino Fundamental. Introduziram o conceito de nutrição e, a partir dele, desenvolveram atividades relacionadas a pirâmide alimentar, alimentos saudáveis, preços de produtos, análise de pesos e medidas, produção de receitas, entre outras. Trata-se de um assunto de extrema relevância, pois possibilita aos alunos associarem os conhecimentos adquiridos na escola com seu uso no dia a dia. A atividade de exploração do número π (pi) é relatada no próximo texto, escrito por Paulo César. Ele fala do surgimento desse número, valendo-se de atividades práticas de medição de objetos com formato circular, discutindo a relação entre comprimento e diâmetro da circunferência. Seus alunos também realizaram pesquisas, encontrando padrões em frutas, flores e animais. O Laboratório de Matemática é o destaque do próximo capítulo, escrito por Ricardo e Carla. O texto versa sobre a geometria plana, apresentando um experimento de ladrilhamento do plano com polígonos regulares. Os autores chamam a atenção para a necessidade de uma nova dinâmica na abordagem dos conteúdos. Rodrigo expõe, no texto seguinte, uma atividade para trabalhar leitura, interpretação e desenvolvimento do raciocínio lógico. Por meio de uma história, ele procurou desafiar os alunos, instigar a criatividade deles e favorecer discussões e socializações de ideias. A autora Rosana, em seu capítulo, intitulado “A centopeia e seus problemas”, apresenta uma sequência de ensino, que foi desenvolvida com seus alunos do 2.o do Ensino Fundamental. A partir da literatura infantil e da resolução de problemas com uma abordagem lúdica, entrelaçou conhecimentos de matemática e de outras disciplinas, valorizando as estratégias e as soluções de cada aluno. No penúltimo texto do livro, Solange descreve sua prática, utilizando desafios matemáticos com alunos de 6.o e 7.o anos do Ensino Fundamental. Ela defende que a aula deve conter um lado lúdico e desafiador para motivar o processo de ensino-aprendizagem. O livro se encerra com o capítulo proposto por Tânia, em que relata a experiência com o Tangram em uma oficina para professores. A autora nos provoca a pensar sobre o trabalho com noções geométricas desde o início da escolarização. A leitura de todas essas experiências narradas nos textos aqui apresentados pelos integrantes do grupo Gepemai1 vem concretizar a ideia sempre defendida pelo professor Sérgio Lorenzato: o ensino por meio do Laboratório de Matemática. Espero que a diversidade de assuntos e as práticas aqui relatadas possam servir de inspiração e contribuir para o trabalho de professores e futuros professores em seus estudos e em suas aulas. Boa leitura! Adriana Franco de Camargo Augusto. Campinas, fevereiro de 2020.


Palavras-Chave: Educação matemática


Descrição Física: 184 p.: il. E-book.


Imprenta: Campinas, SP: FE/Unicamp, 2022