O uso de padrões de intercâmbio e de arquivos abertos para a disponibilidade de recursos musicais.

Capa:O uso de padrões de intercâmbio e de arquivos abertos para a disponibilidade de recursos musicais.

Autor(es): Adriana Olinto Ballesté, Rosana S. G. Lanzelotte, José Staneck, Martha Ulhôa


Resumo: Para garantir a efetiva disponibilidade de recursos na Web assegurando a interoperabilidade é fundamental a utilização sistemática de normas e padrões internacionais para a catalogação. Com o objetivo de investigar essas e outras metodologias e sua aplicação a recursos de natureza musical, foi criado o grupo de pesquisas em Sistemas de Informações Musicais, no âmbito da UNIRIO – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. As primeiras investigações do grupo concentraram-se no estudo de normas e padrões de descrição e intercâmbio. Foi projetada uma Biblioteca Digital de Lundus. Partituras de Lundus foram digitalizadas, ‘incipits’ (trecho inicial de partituras) foram criados e áudios em midi foram gerados. A catalogação dos recursos foi feita inicialmente no padrão MARC 21 e depois se fez um mapeamento para o padrão Dublin Core. Na implantação da biblioteca digital se utilizou a plataforma DSPACE Institutional Digital Repository System, por estar alinhada com as iniciativas de Arquivos Abertos. O padrão Dublin Core não se mostrou eficiente para a descrição de recursos musicais. A plataforma DSPACE comporta bem diversos tipos de conteúdos e formatos de arquivos digitais: texto, imagem, vídeo, áudio, no entanto, é de difícil instalação e customização. Como alternativa para a descrição de recursos musicais foi analisado o padrão MODS- Metadata Object Description Schema, proposto pela Library of Congres Network Development and MARC Standard Office. O padrão derivado do padrão MARC através do reagrupamento de seus campos descritivos, utiliza conjunto de protocolos - Open Archives Initiative - Protocol for Metadata Harvesting (OAI-PMH) e foi desenvolvido em linguagem XML. É composto por um conjunto de elementos, subelementos e atributos aplicados a estes que permitem a criação de registros para a descrição de recursos digitais, não-digitais ou mistos. Em uma descrição utilizando o padrão MODS é possível explicitar a referência a catálogos de autoridade e de terminologias de assuntos para controlar valores. É possível explicitar indicadores de função. Essa característica permite transpor uma das principais limitações do Dublin Core, que consiste na impossibilidade de caracterizar a função de cada agente. Nesse ponto, o MODS também é superior ao MARC, que exige que se estabeleça uma hierarquia entre os diversos autores de um recurso, sendo um dos autores considerado o autor principal e os demais secundários. Por seguir o conjunto de protocolos - Open Archives Initiative sua utilização favorece a interoperabilidade entre repositórios, permitindo que as informações sobre os recursos estejam disponíveis a todas as comunidades que integram a iniciativa de arquivos abertos. Mais rico que o Dublin Core, sem chegar à complexidade do MARC, o padrão Metadata Object Descripion Schema – MODS, torna-se uma alternativa para a descrição de recursos musicais, atendendo às novas tendências e necessidades que a catalogação e subseqüente difusão através da web requerem. A aplicação da filosofia de arquivos abertos a acervos musicais se mostrou uma importante contribuição, na medida em que ficou evidente que, utilizando-se esta abordagem, bibliotecas digitais podem ser construídas de forma cooperativa – não centralizada – segundo padrões universais. Assim, acervos musicais brasileiros tornar-se-ão efetivamente acessíveis, em âmbito nacional e internacional.


Palavras-Chave: Padrões de intercâmbio; Arquivos abertos; Metadados; Recursos musicais; LUNDUS