Alta hospitalar segura : sistematização das etapas para desospitalização de crianças com traqueostomia

Capa:Alta hospitalar segura : sistematização das etapas para desospitalização de crianças com traqueostomia

Autor(es): Siliany de Fatima Jandotti Pesconi, Giselli Cristina Villela Bueno, Vanessa Abreu da Silva, Jonas da Silva, Keila Mara Ribeiro de Faria; Hospital de Clínicas; Gastrocentro


Resumo: Objetivo: Organizar o processo de alta hospitalar de crianças com traqueostomias; Promover a capacitação do cuidador responsável pela criança com traqueostomia; Prover condições a continuidade do cuidado após a alta hospitalar da criança com traqueostomia; Provisionar insumos e equipamentos para o cuidado da criança com traqueostomia após alta hospitalar; Melhorar a comunicação entre as equipes multiprofissionais envolvidas no processo de desospitalização das crianças com traqueostomias. Descrição resumida: A alta hospitalar de crianças com traqueostomia deve ser realizada de forma segura e integrada à rede assistencial, com a finalidade de garantir a continuidade do cuidado no ambiente domiciliar. Previamente, esse processo era realizado de forma não sistemática e sem adequada capacitação da família para o cuidado. Desta forma, houve a necessidade da revisão do fluxo de cuidado, com o objetivo de organizar as etapas deste processo, envolvendo treinamento, comunicação com a rede de suporte domiciliar, manutenção da fonte de energia elétrica, bem como a previsão e provisão de insumos e equipamentos. As informações desconexas, acompanhamento inadequado, retrabalho, muitos profissionais envolvidos orientando a família, trouxeram vários eventos que motivaram a realização deste projeto. É um relato de experiência com revisão do fluxo de alta hospitalar para o cuidado de crianças com traqueostomias em um hospital público universitário. Primeiro, foi elaborado um roteiro sistemático de etapas de treinamento do cuidador para continuidade da assistência domiciliar, envolveu o fornecimento de material didático (pôster ilustrativo no leito, manual de cuidados da criança com traqueostomia, cartão da criança, registro de treinamento para aspiração e troca da fixação da cânula e relatórios para aquisição de materiais (insumos, equipamentos de assistência ventilatória, comunicação da companhia de energia elétrica e transporte adequado até a chegada no domicílio). Segundo, houve a descrição da articulação com a rede de apoio que foi realizada pelo serviço de assistência social. Resultados: Para que o processo de desospitalização seja efetivo, faz-se necessária a compreensão do fluxo desses pacientes ainda durante a internação hospitalar. São pacientes com internação prolongada e condições crônicas de saúde, com necessidade de cuidados especiais e que vão requerer atenção diferenciada em vários setores dentro e fora do hospital. O projeto foi implementado em maio de 2021 até agosto de 2022. Durante esse período foram realizados 15 altas hospitalares de crianças com traqueostomias seguindo esse modelo de desospitalização segura. A maioria das crianças foi do sexo masculino (n=12, 80%), com idade entre zero e 10 anos, com diagnóstico de insuficiência respiratória, em que a confecção da traqueostomia foi realizada na internação atual e sem necessidade de suplementação de oxigênio.


Palavras-Chave: Alta do paciente; Traqueostomia


Notas: Dimensão: O projeto atendeu as expectativas imediatas, realizando as altas com melhora significativa na comunicação entre as equipes multiprofissionais, trazendo diminuição de retrabalho e documentação de todo o processo de alta da criança. Abrangência: Esse projeto já abrange todas as crianças que realizam sua primeira traqueostomia no hospital e precisam ter continuidade de cuidado no atendimento domiciliar. Replicabilidade: O projeto pode ser replicado nas áreas de internação de adulto. Eficácia: A eficácia só pode ser observada, porque antes de implantar o projeto os dados não eram documentados, assim não é possível comprovar estatisticamente as melhorias que evidenciamos na prática. Redução de custo: A redução de custo se dá com a otimização dos processos de alta hospitalar, a observação de nenhuma reinternação por falta de cuidados relacionados com a traqueostomia, após a implantação do projeto. Redução de tempo: O processo se inicia após o primeiro dia da criança na enfermaria de Pediatria. Assim, a orientação, provisão e organização da alta acontece simultaneamente com o tratamento. Entretanto, o tempo do processo é muito individual, porque há várias variáveis envolvidas, como a capacidade de aprendizado do cuidador e o tempo de resposta de insumo e equipamentos extra-hospitalares. Integração: Diversas áreas se envolveram para a execução desse projeto: equipe de enfermeiros assistenciais, técnicos de enfermagem, gestores do setor, serviço de estomaterapia, qualidade, equipe médica, serviço social e equipe da fisioterapia.


Descrição Física: 2 recursos online il., digital, arquivo PDF


Imprenta: Campinas, SP: Unicamp, 2022