Família acolhedora: um estudo sobre os afetos no momento da partida
Autor(es): 1 - Edileide Maria Antonino da Silva 2 - Suzana Alay Esteves
Resumo: : O serviço de acolhimento em Família Acolhedora é definido como uma medida de proteção para crianças e adolescentes que precisam ser afastados do convívio de suas famílias de origem, por meio de medida protetiva, em caráter provisório e excepcional, atendendo ao disposto no Art. 227 da Constituição Federal, que define que é “dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito [...] à convivência familiar e comunitária [...] (BRASIL, 1988 ), o que é reforçado no Art. 4º do Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA. O acolhimento é feito por famílias previamente cadastradas, capacitadas e acompanhadas pelo serviço, e a criança acolhida permanece até que possa retornar para sua família de origem, família extensa ou, em última instância, serem encaminhadas para uma família substituta. O acolhimento familiar é preferível ao acolhimento institucional, uma vez que em um lar a criança tem acompanhamento individualizado, pode experienciar um ambiente afetivo e cuidados contínuos, desenvolve vínculos seguros e apego às pessoas que se constituirão sua referência. O acolhimento familiar tem se ampliado em diversos municípios brasileiros, haja vista o reconhecimento dos benefícios de se acolher crianças e adolescentes em lares, em detrimento do acolhimento institucional. No entanto, é comum se escutar nos grupos de formação para famílias acolhedoras a negativa de muitas e a justificativa: e se eu me apegar? Vou ter mesmo que devolver? Sei que vou sofrer... Estas falas levam as equipes de formação a trabalhar com essas famílias, desde o início, a questão da chegada, do apego e da partida. Porém, no momento da partida da criança acolhida, como ficam estas famílias? Como vivem o impacto desta separação? A inquietação causada por esta problemática dá origem a esta pesquisa que tem, como proposta maior, analisar os afetos que perpassam as famílias acolhedoras no momento da partida da criança acolhida, por ocasião de seu retorno para a família de origem, extensa ou encaminhamento para a adoção, e como isso impacta na saúde mental dos cuidadores da criança. Destarte, esta pesquisa centra-se em buscar perceber como a família acolhedora vivencia o momento da partida da criança, como lida com a separação e com o luto, e como são - ou não - acolhidas pela equipe do serviço
Palavras-Chave: Família acolhedora; Afeto; Serviço social; Criança e adolescente; Acolhimento familiar
Descrição Física: 4 p. : PDF
Imprenta: Campinas, SP, 2023
